Dezembro 2025

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Poema da Semana

"O propósito do teatro é fazer o gesto recuperar o seu sentido, a palavra o seu tom insubstituível, permitir que o silêncio, como na boa música, seja também ouvido, e que o cenário não se limite ao decorativo e nem mesmo à moldura apenas – mas que todos esses elementos, aproximados de sua pureza teatral específica, formem a estrutura indivisível de um drama."

Clarice Lispector

19 set 1999

São Vicente, Mindelact, Cabo Verde
no âmbito do Festival do Mindelo

60 min

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sinopse

A versão original deste trabalho tem por título “Cloun Dei” (adaptação livre para latim da expressão “Palhaços de Deus”), espectáculo concebido e estreado em 1993 pelo Teatro Meridional.

Em Maio de 1994 o Teatro Meridional representou “Cloun Dei” no Festival Internacional de Marionetas do Porto e entre os espectadores estava um jovem que nos veio cumprimentar no final com um brilho especial no olhar.

Esse jovem chama-se João Branco e desde essa altura que me desafia a vir a Cabo Verde montar uma versão crioula de “Cloun Dei” com actores cabo-verdianos.

Depois de um gratificante workshop sobre a técnica do clown (palhaço teatral) escolhi os quatro actores com quem tive o enorme privilégio de trabalhar durante aproximadamente 40 dias.

O resultado é “Cloun Creolus Dei” (“Palhaços Crioulos de Deus”), um espectáculo – coreografia teatral – baseado na ironia, humor e ternura próprios da personagem do clown, contra a idéia de pecado tal como nos é imposta na cultura ocidental.

É um afrontamento a toda a série de – intermináveis e incompreensíveis – proibições com que as sociedades se encarregam de “socializar” os seus indivíduos.

Partindo da essência da personagem do clown, este espectáculo propõe uma reflexão sobre concepções tão universais como a autoridade, a religião e o absurdo.

Cloun Creolus Dei mantém as mesmas marcações originais e a mesma sequência de cenas. Quiçá possamos dizer que Cloun Creolus Dei tem um Espírito Meridional e uma Alma cabo-verdiana. Sendo o Espírito aquilo que em nós sabe e a Alma aquilo que em nós sente.

Miguel Seabra – Setembro 99
(Texto inserido no programa do Festival Mindelact 1999)

ficha técnica

Concepção do Espectáculo e Desenho de Luzes Teatro Meridional
Direcção Cénica Miguel Seabra
Assistência de Direcção Cénica João Branco
Actores António Coelho*, Edson Fortes, José Évora, Paulo Miranda e Carla Sequeira
Figurinos João Branco e Miguel Seabra
Assistência de ensaios Carla Sequeira
Construção das peças cenográficas Fernando Morais
Coprodução Teatro Meridional / Grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo

ESTREIA

19 set 1999, Mindelact, Mindelo, Cabo Verde
no âmbito do Festival do Mindelo

ITINERÂNCIA 1999

20 e 21 nov, Teatro Garcia de Resende, Évora (no âmbito da 4ª edição do Festival Estação da Cena Lusófona)
23 e 24 nov, Theatro Circo, Braga (no âmbito do Festival Estação da Cena Lusófona)
27 e 28 nov, Teatro Cerca de São Bernardo, Coimbra (no âmbito da 4ª edição do Festival Estação da Cena Lusófona)
13 e 14 dez, Balleteatro Auditório (Arca d’Água), Porto (no âmbito da 2ª edição do Festival Porto Natal Teatro Internacional (PoNTI))

fotografias de cena

vídeos

audios

elenco

António Coelho
Edson Fortes
José Évora
Paulo Miranda
Carla Sequeira
veja também
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